Sagittarius A- Centro da Via Láctea
No centro da Via Láctea, na direção da constelação de Sagitário, há um buraco negro com mais de quatro milhões de vezes a massa do nosso Sol. No dia 12/05/2022, quinta-feira, foi publicada a primeira imagem da sombra desse corpo supermassivo.
Sagittarius A, também chamado de Sagitário A, é uma fonte de rádio astronômica brilhante e muito compacta localizada no centro da Via Láctea, perto da fronteira das constelações de Sagitário e Escorpião. É parte de um objeto astronômico maior conhecido como Sagittarius A.
Os astrônomos alemães Eckart & Genzel (1996, 1997) vêm acumulando medidas das velocidades das estrelas no centro da galáxia e recentemente publicaram o resultado obtido ao juntar os dados de cerca de 200 estrelas observadas: eles concluíram que as velocidades das estrelas crescem em direção ao núcleo da Via-Láctea de acordo com a Lei de Kepler (para o movimento de partículas em torno de uma massa central), até a mínima distância ao centro possível de ser resolvida (cerca de uma semana-luz).
Massa e tamanho do buraco negro Sgr A
As velocidades observadas indicam uma densidade central maior do que 2x1012 massas solares por parsec cúbico, que é muito mais alta do que a que permite a existência de um aglomerado estelar estável. A única conclusão possível é que existe no centro da Via Láctea um buraco negro supemassivo de massa de mais de quatro milhões de massas solares o qual recebe o nome da constelação em que está situado.
Essa massa estonteante está confinada em um objeto com cerca de 6,7 bilhões de km de raio, o que corresponde às previsões teóricas de Karl Schwarzschild. Essas previsões demonstram como calcular o raio de um buraco negro baseado em sua massa, ou vice-versa.
Medições ainda seriam refinadas mais tarde, principalmente em um monitoramento de 16 anos conduzido por Reinhard Genzel e Andrea Ghez, que já investigavam o Sgr A* por décadas. A massa do objeto foi estimada em cerca de 4,31 milhões de massas solares. Esse trabalho foi a maior evidência da existência do buraco negro até então e rendeu à dupla o Prêmio Nobel da física em 2020.
Descoberta do Sagittarius A
Tudo começou com o nascimento da radioastronomia, em 1933, quando o engenheiro de telecomunicações Karl Jansky (considerado o “pai” desse sub-ramo da astronomia, mesmo não sendo astrônomo) detectou uma emissão misteriosa de rádio na constelação de Sagitário.
Comprovação da existência
Em 2020, a americana Andrea Ghez e o alemão Reinhard Genzel ganharam o Prêmio Nobel em Física pela medida das órbitas de estrelas em volta do centro da Via Láctea, que resultou na confirmação de um objeto compacto supermassivo no meio de nossa galáxia denominado Sagittarius A*.
Será que vai engolir o Sol, sistema solar e a Terra?
Pode ficar tranquilo. Embora o monstruoso buraco negro tenha massa de 4,31 milhões de sóis, não há nenhuma chance de ameaçar a Terra. Na verdade, ele não capturou nem mesmo as estrelas S, as mais próximas do centro galáctico.
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