sexta-feira, 3 de fevereiro de 2023

Ondas gravitacionais

ONDAS GRAVITACIONAIS

A Teoria da Relatividade Geral explica a força gravidade. 

Para entender as ondas gravitacionais precisamos entender um pouco de relatividade e da gravidade.

A gravidade, para a Teoria da Relatividade, é entendida como uma curvatura criada no espaço-tempo em virtude da presença de um corpo massivo. Na figura abaixo, podemos observar uma malha quadriculada, representando o espaço-tempo, que é curvada pela presença de dois corpos. A atração gravitacional é compreendida como um movimento que ocorre como resultado dessa curvatura.


Agora imagine que os corpos da imagem anterior colidam-se. Em virtude dessa colisão, vibrações surgiram em nossa malha espaço-tempo, gerando ondas gravitacionais, que, comparadas às demais radiações existentes, são extremamente sutis e de difícil detecção – isso porque a gravidade é a mais fraca das forças fundamentais (força magnética, força elétrica, forças nucleares e força gravitacional). Precisamos entender que as ondas gravitacionais não estão propagando-se no espaço-tempo, mas que a própria “malha” espaço-tempo está oscilando em razão da interação entre corpos massivos.

A Física Quântica, as outras três forças da natureza: a eletromagnética, que mantém os elétrons orbitando os núcleos dos átomos, a força nuclear fraca, envolvida nos processos de radiação, que é quando o núcleo atômico “se despedaça” devagar, e a força nuclear forte, que mantém os quarks unidos para formar os prótons e nêutrons dos núcleos. Essas três forças dos domínios da Física Quântica são todas transmitidas por meio de partículas: a eletromagnética pelos fótons; a força nuclear forte pelos glúons; e a força nuclear fraca pelos chamados  bósons W e Z”. 

Tabela com as partículas elementares da física



A gravidade, porém, não tem uma partícula associada a ela (a Relatividade Geral explica a gravidade como uma distorção do espaço e do tempo, e pronto). 

Albert Einstein previu a formação de ondas gravitacionais em 1915.

As ondas gravitacionais primordiais são aquelas que resultaram na origem do Universo, conforme é explicado na Teoria do Big Bang.

Foi Albert Einstein (1879-1955) que sugeriu a existência das ondas gravitacionais na Teoria da Relatividade Geral.

Em 1915, Einstein havia concluído que a gravidade era uma deformação do espaço-tempo.

O físico desenvolveu a base teórica, mas não conseguiu comprovar a existência das ondas gravitacionais. Apenas 100 anos depois, a comunidade científica comemorou a detecção dessas ondas.

O que são ondas gravitacionais?

Quando os objetos cósmicos se movem ou colidem, eles criam uma ondulação na estrutura do espaço-tempo, que se espalha como uma onda na água do lago. Este fenômeno é denominado onda gravitacional.

Na física, as ondas gravitacionais são ondulações na curvatura do espaço-tempo que se propagam como ondas, viajando para o exterior a partir da fonte. Elas são incrivelmente rápidas, viajam à velocidade da luz e espremem e esticam qualquer coisa em seu caminho ao passarem.

As ondas gravitacionais estendem o espaço-tempo em uma direção e o comprimem em outra.

Albert Einstein teoricamente previu a existência de ondas gravitacionais, como parte de sua teoria da relatividade geral, em 1915.

Einstein calculou que, ao chegar à Terra, essas ondas seriam tão fracas que nunca poderiam ser detectadas.

Em 2015, porém, foi realizada a primeira detecção de uma onda gravitacional.

As ondas gravitacionais nos permitem ter uma visão mais ampla do universo, pois não limitam as observações a objetos que emitem luz ou partículas, mas nos permitem detectar objetos a partir das perturbações que geram no espaço-tempo.


Gif de ondas gravitacionais

Por outro lado, a mera existência de ondas gravitacionais é um indício poderoso de que, sim, existe uma partícula “transmissora” de gravidade. Se descobrirem mesmo essa partícula (que os teóricos batizaram de “gráviton”),  isso ajudaria a “unificar a física”. A Relatividade Geral e a Física Quântica, ou seja, unificação das quatro forças fundamentais da natureza.


Ilustração da fusão entre uma estrela de nêutrons e um buraco negro gerando uma onda gravitacional

COMO SURGEM AS ONDAS GRAVITACIONAIS?

As ondas gravitacionais mais intensas são produzidas em eventos cosmológicos de grandes escalas envolvendo corpos celestes grandemente massivos. 
Colisões de buracos negros, origem de uma supernova a partir da “morte” de uma estrela ou órbitas de estrelas extremamente densas, como as anãs brancas ou as estrelas de nêutrons, em volta umas das outras são alguns desses eventos.

COMO FORAM DETECTADAS?


Uma onda gravitacional que passa através do LIGO, diretamente sobre ele, achata as extremidades ao longo de uma direção, enquanto as expande ao longo de outra direção. O laser adentra as extremidades ao mesmo tempo, reflete nos espelhos e é recombinado. O laser retorna em um outro tempo, uma vez que o espaço são diferentes, no momento no qual as ondas gravitacionais passam pelo LIGO.

A observação das ondas gravitacionais foi feita por meio de dois enormes detectores que ficam um em Washington e outro em Louisiana, nos Estados Unidos. Os aparelhos de observação LIGO (Laser interferometer gravitational-Wave observatory – Observatório de ondas gravitacionais por interferômetro a laser) funcionam a partir de interferômetros com quatro quilômetros de comprimento, que são conjuntos de espelhos que desviam feixes de laser até colidirem em um detector e são extremamente sensíveis em virtude da grande distância mantida entre a fonte de luz e os detectores. Assim sendo, qualquer alteração causada pela passagem das ondas gravitacionais será identificada por meio de desvios gerados no laser. Para evitar que as detecções sejam fruto de outras interferências, como abalos sísmicos, os físicos responsáveis pelo projeto desenvolveram uma espécie de amortecedor com alta capacidade de absorção de impactos. Como forma de garantir a certeza das medidas feitas, os observatórios distam um do outro cerca de 3000 km, tendo como princípio a detecção das mesmas ondas.


As ondas, observadas em setembro de 2015 e confirmadas como do tipo gravitacional em fevereiro de 2016, são fruto da colisão entre dois buracos negros, cada um com cerca de 30 vezes a massa do Sol, e ocorreram cerca de 1,3 bilhão de anos-luz de distância de nós.

A eventual descoberta do gráviton faria da gravidade a primeira das quatro forças da natureza a ser explicada ao mesmo tempo pela Relatividade Geral e pela Física Quântica – de forma não excludente, ou seja, as duas explicações se manteriam válidas. Isso seria uma revolução no conhecimento. E agora, com a confirmação definitiva das ondas gravitacionais, estamos mais perto dessa maravilha do que jamais estivemos.


Estrutura da Matéria

O trabalho colaborativo Ligo-Virgo-Kagra detectou 35 novas ondas gravitacionais entre novembro de 2019 e março de 2020.

Essa quantidade é mais de 10 vezes o número de ondas gravitacionais que o Ligo-Virgo detectou em sua primeira rodada de observações, que ocorreu ao longo de quatro meses, entre 2015 e 2016.

Das 35 ondas detectadas, 32 são o resultado de colisões entre buracos negros em fusão e três correspondem a colisões entre estrelas de nêutrons e buracos negros.


INTERFERÔMETRO


OBSERVAÇÃO DAS ONDAS



LIGO

LINKS: https://www.preparaenem.com/fisica/ondas-gravitacionais.htm



Calendário de eventos Astronômicos 2023

Calendário Astronômico de 2023

Confira quando haverá eclipses, chuvas de meteoro e Superluas...

Os fenômenos no céu neste ano incluem 12 chuvas de meteoros, a conjunção de Vênus e Saturno, 2 eclipses lunares e 2 eclipses solares, além de superluas e até uma lua azul.

Assim como em anos anteriores, 2023 estará repleto de eventos astronômicos.

Os fenômenos incluem 12 chuvas de meteoros, a conjunção de Vênus e Saturno, 2 eclipses lunares e 2 eclipses solares, além de Superluas e até uma Lua azul.


Eclipses

☀️ 20 de abril - Eclipse solar total (não visível no Brasil)



🌗 5-6 de maio - Eclipse lunar penumbral (não visível no Brasil)



☀️14 de outubro - Eclipse solar anular (visível em boa parte do país)



🌗 28-29 de outubro - Eclipse lunar parcial (visível em uma pequena parte do país)


Em 2023, teremos 2 eclipses solares: um total (quando a Lua bloqueia toda a luz do Sol), em 20 de abril, e um anular (quando o Sol forma um anel ao redor da sombra da Lua), em 14 de outubro.

Atenção: um eclipse solar só pode ser observado com um filtro especial ou olhando para o reflexo do Sol.

O total não será visível no Brasil. Apenas alguns países da Ásia e Oceania conseguirão observar o fenômeno.

Já o anular passará pelo país. Cidades como Natal (RN), João Pessoa (PB), Juazeiro do Norte (CE) e São Félix do Xingu (PA) terão a sorte de observar o "anel de fogo" ao redor da Lua criado pelo nosso Sol.

Por outro lado, em boa parte do Centro-Oeste, Sudeste e Sul, quem olhar para o céu perto das 15h da tarde do dia 14 de outubro verá o nosso astro meio que "mordido" pela Lua.

Isso acontece porque um eclipse solar parcial sempre acompanha um eclipse solar anular.

Já os eclipses lunares não serão tão marcantes este ano, pelo menos para o Brasil.

Tecnicamente, o eclipse lunar parcial de outubro, por exemplo, passará por algumas cidades do litoral nordestino localizadas mais ao extremo leste da porção continental do país (além das Ilhas de Fernando de Noronha, Atol das Rocas e São Pedro e São Paulo).

Apesar disso, apenas uma pequena porção do nosso satélite natural ficará encoberta, o que deve dificultar a observação do fenômeno.

Ainda assim, em João Pessoa, por exemplo, a Lua estará perto da linha do horizonte no momento que o eclipse atingir seu máximo. Por isso, mesmo se as condições climáticas estiverem favoráveis nesse dia e o observador se posicionar num local alto, talvez seja difícil flagrar esse eclipse.

Periélio e Afélio

A Terra atingirá seu ponto mais próximo do Sol na quarta-feira (4). O fenômeno ocorrerá às 13h17 no horário de Brasília. No periélio (que quer dizer literalmente "perto do Sol"), o planeta fica a 147 milhões de km da estrela central do Sistema Solar.

Dessa forma, no periélio, o Sol aparece maior porque o seu diâmetro aparente (angular) atinge o valor máximo no ano (veja imagem abaixo).

Atenção: observar diretamente o Sol sem o uso de equipamentos adequados pode implicar em danos irreversíveis à visão. Utilize métodos de observação indireta.

Já o afélio (o oposto do periélio, quando o Sol apresenta seu menor diâmetro aparente e a Terra alcança o ponto de sua órbita mais distante do astro) ocorrerá em 6 de julho, às 17h06 no horário de Brasília. Neste ponto, o nosso planeta estará a 152 milhões de km do Sol e atingirá a sua menor velocidade do ano.



Eventos Planetários e Conjunções 

Os principais eventos planetários e conjunções (quando mais de dois corpos celestes aparecem próximos no céu) do ano acontecerão nas seguintes datas, de acordo com o site Time and Date:

22 de janeiro - Conjunção de Vênus e Saturno; na data Vênus passará perto de Saturno no céu. No ponto mais próximo um do outro, os planetas estarão separados por 0,34 graus.


30 de janeiro - Alongamento máximo ocidental de Mercúrio; período ideal para observar o planeta, que estará no seu ponto de maior distância do Sol durante o céu da madrugada/início da manhã.

11 de abril - Alongamento máximo oriental de Mercúrio; esse é o pico de visibilidade leste do planeta.

29 de maio - Um novo alongamento máximo ocidental de Mercúrio.

Chuvas de meteoros 🌠

Serão 12 chuvas de meteoros relevantes, segundo o Observatório Real de Greenwich:


Quadrantids: ativa de 28 de dezembro de 2022 a 12 de janeiro de 2023 (pico para visualização do fenômeno: de 3 a 4 de janeiro). Pico de meteoros por hora: 110.

Lyrids: ativa de 14 a 30 de abril (pico: de 22 a 23 de abril). Pico de meteoros por hora: 18.

Eta Aquariids: ativa de 19 de abril a 28 de maio (pico: 6 de maio). Pico de meteoros por hora: 50.

Alpha Capricornids: ativa de 3 de julho a 15 de agosto (pico: 30 de julho). Pico de meteoros por hora: 5.

Delta Aquáridas: ativa de 12 de julho a 23 de agosto (pico: 30 de julho). Pico de meteoros por hora: 25.

Perseidas: ativa de 17 de julho a 24 de agosto (pico: de 12 a 13 de agosto). Pico de meteoros por hora: 100.

Draconids: ativa de 6 a 10 de outubro (pico: de 8 a 9 de outubro). Pico de meteoros por hora: 10.

Orionids: ativa de 2 de outubro a 7 de novembro (pico: de 21 a 22 de outubro). Pico de meteoros por hora: 25.

Taurids: ativa de 10 de setembro a 20 de novembro no Hemisfério Sul (pico: de 10 a 11 de outubro no Hemisfério Sul). Pico de meteoros por hora: 5.

Leônidas: ativa de 6 de novembro a 30 de novembro (pico: de 17 a 18 de novembro). Pico de meteoros por hora: 10.

Geminidas: ativa de 4 a 20 de dezembro (pico: de 14 a 15 de dezembro). Pico de meteoros por hora: 150.

Ursids: ativa de 17 a 26 de dezembro (pico: de 22 a 23 de dezembro). Pico de meteoros por hora: 10.


Super Luas

Teremos duas superluas em 2023:



Uma em 1º de agosto

E outra no dia 31 de agosto (também conhecida como Lua Azul)

A "superlua" ocorre na Lua cheia perto do perigeu (quando ela está mais próxima da Terra), o que resulta em uma Lua cheia ligeiramente maior e mais brilhante do que as demais.

Esse período é chamado de perigeu porque o nosso satélite natural aparece no céu cerca de 14% maior e 30% mais brilhante do que no apogeu (microlua) – quando está mais distante.


Já a Lua Azul é o apelido dado à segunda lua cheia que acontece em um mesmo mês. Algo que ocorre a cada dois anos e meio, em média.



Por ser apenas uma referência ao calendário, não tem de fato uma relação com alguma alteração de cor ou aparência do satélite.

O fenômeno da Lua de Sangue acontece quando existe uma Superlua e um eclipse lunar total em curso ao mesmo tempo




A lua de sangue é o nome não científico dado à aparência do satélite durante um eclipse lunar total em conjunto com o fenômeno conhecido como superlua.

Por que a Lua fica vermelha?

A lua vermelha só pode acontecer durante a superlua e o eclipse lunar total, pois ela precisa estar próxima o suficiente da Terra para receber os raios solares que passam pela atmosfera. 

Durante esse fenômeno, os três corpos se alinham, porém, o planeta Terra cobre todos os raios de Sol que iluminam a Lua e faz com que ela reflita em solo terrestre. Com o satélite preso na sombra da Terra, ele começa a receber alguns raios que escapam pela atmosfera fina e transparente do planeta. 

"O fenômeno é raro e acontece em eclipses da Superlua. O eclipse lunar ocorre quando o Sol, a Terra e a Lua estão em perfeito alinhamento, e o planeta fica no centro. Em relação ao Sol, a Lua é ocultada pela Terra, ou seja, os raios solares não chegam até o satélite, e a sombra do planeta é projetada na Lua, que “escurece”. Já a superlua ocorre quando o satélite está na sua fase cheia e no ponto mais próximo da Terra, conhecido como perigeu. 

A junção dos dois fenômenos, eclipse lunar e superlua, causa a Lua de Sangue. A cor avermelhada  deve-se a uma relação entre a proximidade da Lua com a atmosfera terrestre e os raios solares. O sol emite luzes de todas as cores, mas quando a Lua está próxima da Terra, apenas as cores de baixa frequência, como o vermelho, são refletidas da atmosfera terrestre para o nosso satélite natural, o que torna a Lua vermelha."